domingo, 26 de setembro de 2010

Um jogo pra não esquecer

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Por Gabriel Seixas

As palavras de Silas após mais um resultado negativo do Flamengo, que motivaram o título do texto, fazem algum sentido. É fato que o time apresenta melhoras em relação a determinado momento do campeonato, mas continua tropeçando nos próprios erros. No jogo deste sábado, contra o Palmeiras, um apagão no primeiro tempo custou mais uma derrota em casa. À medida que a zona de rebaixamento se aproxima, o torcedor rubro-negro começa a se conformar com a situação.

Entretanto, é bom valorizar os méritos do Palmeiras, que sob o comando de Felipão, começa a esboçar uma aproximação aos times postulantes à próxima Libertadores. Contra o Fla, dois jogadores em especial assumiram papel de grande destaque: Tinga, e sobretudo Kleber. Willians, um dos mais regulares dos cariocas no campeonato, destacou a apatia do time no início das partidas.

A mina de ouro do Palmeiras foi o lado direito de ataque, principalmente no primeiro tempo. Por ali, o Flamengo teve sérias dificuldades em minimizar os espaços. Sem Ronaldo Angelim, David Braz acabou “deslocado” para o lado esquerdo da zaga e teve péssima exibição. Foi ele quem cometeu o pênalti sobre Tinga, que resultou no gol de Kleber. O lateral-esquerdo Juan, que voltava de contusão, mais uma vez também ficou devendo. Acabou substituído ainda na etapa inicial, pelo garoto Vitor Saba.

Antes disso, o Palmeiras já havia ampliado o placar com Kleber, após assistência precisa de Tinga. Poderia ter sido mais. A primeira – e única – boa chance do Fla nos primeiros 45 minutos foi numa finalização de Renato Abreu, mais uma vez inoperante na armação. Nem Leo Moura e Willians apareciam como opções pelo lado direito. Pra variar, Deivid e Diogo mais uma vez ficaram isolados na frente.

No segundo tempo, a entrega e a postura da equipe mandante foi visivelmente outra. Entretanto, faltou ousadia a Silas. Com Marquinhos, Petkovic e Diego Mauricio no banco, o ‘Pastor’ preferiu trocar Toró por Correa, o que àquela altura, nada mais era do que seis por meia dúzia. Na frente, os problemas continuavam os mesmos. A torcida pediu e Pet foi acionado, entrando na vaga do apagado Renato, que não escapou das vaias.

Aproveitando-se do cochilo palmeirense, o Flamengo despertou pro jogo. Diogo, que já havia sofrido um pênalti não marcado no primeiro tempo, foi novamente derrubado na área e o árbitro não deixou barato. Petkovic se apresentou para a cobrança e bateu mal, mas converteu. A torcida passou a jogar com o time, esperançosa pelo empate. Mas a noite era dos paulistas. Rivaldo e Lincoln, que entraram na etapa final, fizeram a jogada do terceiro e último gol. Cruzamento do primeiro, conclusão do segundo.

O Palmeiras, ainda que timidamente, começa a se aproximar da parte de cima da tabela. A simbólica invencibilidade do Flamengo no Engenhão se foi junto com a paciência do torcedor. Para que a agonia passe de uma vez por todas, é bom que os jogadores absorvam as palavras de Silas. Deve-se aprender com os próprios erros. Infelizmente, o Fla não paga apenas por 45 minutos mal jogados: paga por um planejamento mal feito. Esse é o dilema do atual campeão brasileiro.

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