Por Gabriel Seixas
No jogo de maior público desta edição do Campeonato Brasileiro (mais de 80 mil pessoas lotaram o Maracanã neste domingo), Vasco e Fluminense fizeram um jogo de qualidade proporcional à sua importância. O empate em 2 a 2 retratou bem o equilíbrio da partida e dos próprios times, que apesar de estarem separados por uma boa distância de pontos na tabela, vivem momentos igualmente iluminados.
Antes de tudo, vascaínos e tricolores protagonizaram um ótimo duelo tático. Muricy Ramalho organizou o Fluminense no 3-2-3-2, com Mariano e Julio César frequentemente auxiliando Conca no apoio, com Diogo e Diguinho na contensão. Os laterais do Flu tiveram um papel fundamental na partida: enquanto Mariano explorou as limitações de Felipe como lateral, Julio César recuperou em parte o futebol apresentado no Goiás que o consagrou como um dos melhores do futebol brasileiro na posição.
Do outro lado, PC Gusmão repetiu a variação tática do 3-4-2-1 para o 4-2-3-1, com Felipe variando entre ala e meia esquerda e Zé Roberto e Carlos Alberto na armação municiando Eder Luis, que por não ser um centroavante de ofício, movimentou-se bastante pelos flancos, explorando a lentidão da defesa tricolor. No sistema defensivo, apenas o zagueiro Dedé (pra variar) protagonizou uma atuação segura, inclusive sendo um dos melhores em campo.
Igualmente eficiente com a bola rolando, é sabido que o Fluminense tem como seu principal trunfo as bolas paradas. PC Gusmão treinou bastante o Vasco nesse sentido, mas nos primeiros minutos, não colheu os resultados. Gum aproveitou cobrança de escanteio de Conca e testou firme pro gol, mas Fernando Prass fez grande defesa. Na sobra, o mesmo Gum concluiu para as redes, sem chances para o goleiro cruzmaltino.
Percebendo o seu time nervoso e desorganizado taticamente, PC Gusmão passou a adotar o 3-4-2-1 como sistema tático fixo, liberando Felipe pela esquerda e Fagner pela direita. Entretanto, a saída de bola com Rafael Carioca, Nilton e Rômulo continuava defeituosa. Mesmo atrás no placar, o trunfo do Vasco continuou sendo o contra-ataque. Numa jogada individual de Carlos Alberto, o camisa 19 deu uma assistência perfeita para Eder Luis, que entrou por trás da zaga e tocou na saída de Fernando Henrique.
Na etapa final, ainda com fôlego de sobra, o Vasco continuou a jogar nos erros do Fluminense. Com Zé Roberto e Felipe em um dia nada feliz, coube a Carlos Alberto organizar as principais jogadas de perigo do cruzmaltino. E foi dos pés dele que saiu a assistência primorosa para Fagner, que passou em profundidade e tocou a bola no canto de Fernando Henrique.
Mesmo com o panorama completamente a favor para assumir o controle do jogo, o Fluminense não conseguia manter uma regularidade na partida. Washington era uma figura praticamente nula, fazendo com que Emerson brigasse praticamente sozinho na frente. Na armação, quando recebia a bola, Conca era o jogador perigoso de costume. Os laterais passaram a ser figuras cada vez mais constantes na partida.
Justamente na principal virtude do Vasco, o Fluminense achou o caminho do empate: explorando o erro do adversário. Na pequena área defensiva, Felipe tentou girar pra cima de dois marcadores e acabou perdendo a bola para Emerson. Esperto, o atacante emendou um cruzamento do flanco direito, e Zé Roberto, ao invés de rifar a bola pra frente, quis matar no peito para depois afastá-la. Quando fez o domínio, Júlio César foi mais esperto, roubou-lhe a pelota e bateu no canto, sem chances para Prass.
Esperava-se que o Fluminense continuasse a ter o domínio da partida, mas faltou ousadia a Muricy Ramalho. Deco foi acionado aos 30 minutos para a vaga do lesionado Diguinho, mas alguns minutos depois, o centroavante Washington foi trocado pelo volante Fernando Bob, num momento em que o Flu sequer era ameaçado.
Do outro lado, PC Gusmão sentiu a falta de boas alternativas no banco. Para corrigir a marcação pelo lado esquerdo, Carlinhos substituiu Felipe e mais atrapalhou do que ajudou. Quase não tocou na bola e ainda sofreu um cartão amarelo. Allan entrou na vaga de Rômulo e não criou uma boa jogada, assim como Jonathan, que substituiu o cansado Zé Roberto.
Mesmo com praticamente um jogador a menos, já que Eder Luis lutava contra as cãimbras, foi o Vasco quem teve a melhor oportunidade para sair com a vitória. Adivinha com quem? Ele, Carlos Alberto, o homem do jogo. O meia pode não ter tido uma participação tão ativa de um modo geral, mas quando recebia a bola, mostrava porque está um passo a frente de seus companheiros. Nos minutos finais, ele cortou toda a defesa do Flu pelo lado direito e arrematou, mas a bola caprichosamente passou pelo lado.
Ainda líder do Brasileirão, o Fluminense vê sua diferença para o Corinthians cair para dois pontos. O Vasco ganhou o nono lugar do rival Flamengo e ainda sustenta a invencibilidade com PC Gusmão no comando – aliás, o treinador ainda não perdeu na competição, nem mesmo quando ainda dirigiu o Ceará nas primeiras rodadas.
No fim das contas, é claro que o empate não foi o resultado ideal para os times, mas também não gerou nenhum tipo de protesto. O Flu continua sendo o grande favorito ao título pelos mesmos motivos: possui um elenco forte, um técnico vencedor e uma diretoria ambiciosa.
O Vasco não almeja tanto, mas tem tudo para manter o embalo e se aproximar ainda mais do G-4. O time ainda está numa fase de entrosamento e PC Gusmão se consagra a cada rodada como um dos treinadores mais ascendentes do futebol brasileiro. O futebol carioca vive um momento especial. Apesar do Flamengo não viver uma boa fase, ainda assim é um dos quatro cariocas que ocupam as dez primeiras posições da Série A.
Curtinha
- O Corinthians segue na cola do Flu, a equipe corintiana arrasou o Rival São Paulo no Pacaembu por 3 a 0 e diminuiu a diferença para apenas dois pontos. Os 3 a 0 foi pouco em relação ao volume de jogo apresentado pela equipe alvinegra. O destaque do jogo foi o volante Elias, autor dos dois primeiros gols alvinegros, o Selecionável Jucilei fechou a chocolate alvinegro.
Classificação
1º Fluminense – 33
2º Corinthians – 31
3º Botafogo e Ceará – 24
5º Avaí – 22
6º Santos, Internacional, Cruzeiro e Vasco – 21
10º Flamengo, Vitória e Palmeiras – 20
13º Guarani – 19
14º Atlético-PR e São Paulo – 17
16º Prudente e Grêmio – 15
18º Atlético-MG e Goiás – 13
20º Atlético-GO – 10
Próxima rodada
25/08 – Quarta-feira
19h30
Avaí x Internacional
Goiás x Fluminense
Botafogo x Ceará
21h
Prudente x Atlético-PR
22h
Cruzeiro x Corinthians
São Paulo x Vasco
Grêmio x Santos
26/08 – Quinta-feira
21h
Vitória x Guarani
Flamengo x Atlético-MG
Palmeiras x Atlético-GO
Antes de tudo, vascaínos e tricolores protagonizaram um ótimo duelo tático. Muricy Ramalho organizou o Fluminense no 3-2-3-2, com Mariano e Julio César frequentemente auxiliando Conca no apoio, com Diogo e Diguinho na contensão. Os laterais do Flu tiveram um papel fundamental na partida: enquanto Mariano explorou as limitações de Felipe como lateral, Julio César recuperou em parte o futebol apresentado no Goiás que o consagrou como um dos melhores do futebol brasileiro na posição.
Do outro lado, PC Gusmão repetiu a variação tática do 3-4-2-1 para o 4-2-3-1, com Felipe variando entre ala e meia esquerda e Zé Roberto e Carlos Alberto na armação municiando Eder Luis, que por não ser um centroavante de ofício, movimentou-se bastante pelos flancos, explorando a lentidão da defesa tricolor. No sistema defensivo, apenas o zagueiro Dedé (pra variar) protagonizou uma atuação segura, inclusive sendo um dos melhores em campo.
Igualmente eficiente com a bola rolando, é sabido que o Fluminense tem como seu principal trunfo as bolas paradas. PC Gusmão treinou bastante o Vasco nesse sentido, mas nos primeiros minutos, não colheu os resultados. Gum aproveitou cobrança de escanteio de Conca e testou firme pro gol, mas Fernando Prass fez grande defesa. Na sobra, o mesmo Gum concluiu para as redes, sem chances para o goleiro cruzmaltino.
Percebendo o seu time nervoso e desorganizado taticamente, PC Gusmão passou a adotar o 3-4-2-1 como sistema tático fixo, liberando Felipe pela esquerda e Fagner pela direita. Entretanto, a saída de bola com Rafael Carioca, Nilton e Rômulo continuava defeituosa. Mesmo atrás no placar, o trunfo do Vasco continuou sendo o contra-ataque. Numa jogada individual de Carlos Alberto, o camisa 19 deu uma assistência perfeita para Eder Luis, que entrou por trás da zaga e tocou na saída de Fernando Henrique.
Na etapa final, ainda com fôlego de sobra, o Vasco continuou a jogar nos erros do Fluminense. Com Zé Roberto e Felipe em um dia nada feliz, coube a Carlos Alberto organizar as principais jogadas de perigo do cruzmaltino. E foi dos pés dele que saiu a assistência primorosa para Fagner, que passou em profundidade e tocou a bola no canto de Fernando Henrique.
Mesmo com o panorama completamente a favor para assumir o controle do jogo, o Fluminense não conseguia manter uma regularidade na partida. Washington era uma figura praticamente nula, fazendo com que Emerson brigasse praticamente sozinho na frente. Na armação, quando recebia a bola, Conca era o jogador perigoso de costume. Os laterais passaram a ser figuras cada vez mais constantes na partida.
Justamente na principal virtude do Vasco, o Fluminense achou o caminho do empate: explorando o erro do adversário. Na pequena área defensiva, Felipe tentou girar pra cima de dois marcadores e acabou perdendo a bola para Emerson. Esperto, o atacante emendou um cruzamento do flanco direito, e Zé Roberto, ao invés de rifar a bola pra frente, quis matar no peito para depois afastá-la. Quando fez o domínio, Júlio César foi mais esperto, roubou-lhe a pelota e bateu no canto, sem chances para Prass.
Esperava-se que o Fluminense continuasse a ter o domínio da partida, mas faltou ousadia a Muricy Ramalho. Deco foi acionado aos 30 minutos para a vaga do lesionado Diguinho, mas alguns minutos depois, o centroavante Washington foi trocado pelo volante Fernando Bob, num momento em que o Flu sequer era ameaçado.
Do outro lado, PC Gusmão sentiu a falta de boas alternativas no banco. Para corrigir a marcação pelo lado esquerdo, Carlinhos substituiu Felipe e mais atrapalhou do que ajudou. Quase não tocou na bola e ainda sofreu um cartão amarelo. Allan entrou na vaga de Rômulo e não criou uma boa jogada, assim como Jonathan, que substituiu o cansado Zé Roberto.
Mesmo com praticamente um jogador a menos, já que Eder Luis lutava contra as cãimbras, foi o Vasco quem teve a melhor oportunidade para sair com a vitória. Adivinha com quem? Ele, Carlos Alberto, o homem do jogo. O meia pode não ter tido uma participação tão ativa de um modo geral, mas quando recebia a bola, mostrava porque está um passo a frente de seus companheiros. Nos minutos finais, ele cortou toda a defesa do Flu pelo lado direito e arrematou, mas a bola caprichosamente passou pelo lado.
Ainda líder do Brasileirão, o Fluminense vê sua diferença para o Corinthians cair para dois pontos. O Vasco ganhou o nono lugar do rival Flamengo e ainda sustenta a invencibilidade com PC Gusmão no comando – aliás, o treinador ainda não perdeu na competição, nem mesmo quando ainda dirigiu o Ceará nas primeiras rodadas.
No fim das contas, é claro que o empate não foi o resultado ideal para os times, mas também não gerou nenhum tipo de protesto. O Flu continua sendo o grande favorito ao título pelos mesmos motivos: possui um elenco forte, um técnico vencedor e uma diretoria ambiciosa.
O Vasco não almeja tanto, mas tem tudo para manter o embalo e se aproximar ainda mais do G-4. O time ainda está numa fase de entrosamento e PC Gusmão se consagra a cada rodada como um dos treinadores mais ascendentes do futebol brasileiro. O futebol carioca vive um momento especial. Apesar do Flamengo não viver uma boa fase, ainda assim é um dos quatro cariocas que ocupam as dez primeiras posições da Série A.
Curtinha
- O Corinthians segue na cola do Flu, a equipe corintiana arrasou o Rival São Paulo no Pacaembu por 3 a 0 e diminuiu a diferença para apenas dois pontos. Os 3 a 0 foi pouco em relação ao volume de jogo apresentado pela equipe alvinegra. O destaque do jogo foi o volante Elias, autor dos dois primeiros gols alvinegros, o Selecionável Jucilei fechou a chocolate alvinegro.
Classificação
1º Fluminense – 33
2º Corinthians – 31
3º Botafogo e Ceará – 24
5º Avaí – 22
6º Santos, Internacional, Cruzeiro e Vasco – 21
10º Flamengo, Vitória e Palmeiras – 20
13º Guarani – 19
14º Atlético-PR e São Paulo – 17
16º Prudente e Grêmio – 15
18º Atlético-MG e Goiás – 13
20º Atlético-GO – 10
Próxima rodada
25/08 – Quarta-feira
19h30
Avaí x Internacional
Goiás x Fluminense
Botafogo x Ceará
21h
Prudente x Atlético-PR
22h
Cruzeiro x Corinthians
São Paulo x Vasco
Grêmio x Santos
26/08 – Quinta-feira
21h
Vitória x Guarani
Flamengo x Atlético-MG
Palmeiras x Atlético-GO
