domingo, 2 de dezembro de 2007

Goiás vence Inter e garante permanência na Série A

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Por Gabriel Seixas


Foram precisos três pênaltis para que o Goiás garantisse permanência na Série A 2008. Da forma mais dramática possível, os esmeraldinos, que coloriram de verde e branco o Serra Dourada, choraram e comemoraram a fuga do rebaixamento como um título. Beneficiado pelo empate do Corinthians, o time demonstrou uma superação não vista em nenhum dos outros 37 jogos do campeonato, e venceu o Internacional por 2 a 1, em casa.

E foi reservado para este duelo, o conhecimento dos verdadeiros heróis e vilões do “título” goiano: Paulo Baier, que durante o campeonato inteiro carregou a equipe nas costas – terminando inclusive como o artilheiro da equipe -, quase protagoniza uma tragédia que parecia anunciada: Já não bastasse o pênalti perdido contra o Corinthians nos últimos minutos, há duas rodadas, o meia desperdiçou mais dois, em seqüência, contra o colorado. Para sua sorte, ambos foram anulados pelo árbitro assistente. E foi aí que apareceu o herói da tarde: Élson. Tão hostilizado pela torcida durante as jornadas anteriores, o meia já havia marcado o gol de empate na tarde de hoje, colocando uma remota esperança no coração dos esmeraldinos para fugir da zona perigosa. Coube a ele também a responsabilidade de pedir a Paulo Baier para cobrar o terceiro pênalti, já que o colega havia perdido os outros dois, ocasionalmente anulados, como dito. Para sua felicidade, o meia converteu bem, e garantiu o Goiás na Série A do ano que vem.

Garantido na Sul-Americana com uma rodada de antecedência, o Inter encerrou o campeonato em 11º, com 54 pontos. Do outro lado, o Goiás terminou em 16º com 45 pontos, e por mais inusitado que pareça, contou com o apoio da torcida colorada, que entoou o grito de “Entrega, Inter!”. Pelo visto, o campeonato de 2005 ainda não foi entalado na garganta dos colorados...

Pouco depois do início do jogo, a torcida do Goiás já ganhou um bom motivo para comemorar: No jogo do Olímpico, Jonas abria o placar para o Grêmio contra o Corinthians. O gol do ex-santista garantia os esmeraldinos na primeira divisão, mesmo com um empate. Porém, um colombiano parecia disposto a mudar essa história. O nome dele? Orozco. O zagueiro colorado aproveitou cobrança de falta batida por Wellington Monteiro e testou firme para abrir o placar pros colorados.

O desespero da torcida esmeraldina ganhou força quando Fabiano Oliveira, aos 16 minutos, chutou firme e Clêmer defendeu. Paulo Baier ainda teve mais duas oportunidades, e na melhor delas, tropeçou em suas próprias pernas. Mas a equipe era persistente: Novamente Fabiano Oliveira foi à luta, e desta vez, acertou a trave. Mas como água mole em pedra dura tanto bate até que fura, o Goiás logo empatou o jogo: Vitor, Harison e Élson triangularam pelo lado direito, e após boa troca de passes, o terceiro entrou livre na área e venceu Clêmer, empatando o jogo. Entretanto, no mesmo instante, Clodoaldo empatava para o Corinthians no Rio Grande do Sul. A combinação dos resultados contrariava as ambições do Goiás, que permanecia na zona do rebaixamento. Até o fim do primeiro tempo, ainda houve um lance pra lá de inusitado: O zagueiro Luiz Henrique, tentando o recuo para Harlei acabou encobrindo o goleiro, que se esticou todo para mandar pra escanteio.

Sem alternativa, o interino Cassius Hartmann resolveu ousar: Colocou o atacante Rinaldo na vaga do zagueiro Luiz Henrique, passando a equipe pro 4-4-2. Mas bastaram nove minutos para a primeira polêmica surgir nos ares goianos: Vitor avançou pelo lado direito e fintou Jorge Luis, que derrubou o goiano na área: pênalti. Paulo Baier, cobrador oficial da equipe, foi pra cobrança e parou em Clêmer. Porém, o assistente Hilton Moutinho mandou voltar, alegando que o goleiro colorado havia se adiantado.

Na segunda cobrança, Baier voltou a desperdiçar – com nova defesa de Clêmer, desta vez no canto oposto. Para felicidade dos torcedores, novamente o assistente Moutinho, acertadamente, mandou voltar. Só que desta vez, o cobrador mudou: Paulo Baier, assustado com a seqüência de erros, pediu a Élson que batesse o pênalti. Em tarde inspirada, o meia não decepcionou, e virou o jogo para os goianos. A partir daí, sua permanência na Série A dependia de um resultado negativo do Corinthians, que empatava com o Grêmio. Os goianos cozinharam o jogo até o fim, garantindo os três pontos e aflitos com os três minutos finais no Olímpico. No fim das contas, a festa acabou sendo do lado esmeraldino, que comemorava como nunca a permanência na primeira divisão. Nem em 2003, quando a equipe amargou a lanterna por diversas rodadas, o sofrimento foi tão grande.

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