quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Barradão lotado vê muitos gols no empate entre Vitória e Flamengo

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Por Gabriel Seixas

O duelo entre os rubro-negros baiano e carioca no estádio Barradão não poderia ter sido melhor. Até poderia, se o segundo tempo tivesse mantido o alto nível do primeiro, onde o Flamengo ficou duas vezes na frente do placar, mas o Vitória, sempre correndo atrás dos três pontos, foi para o intervalo com uma vantagem de 3 a 2. Nos acréscimos, o Flamengo conseguiu levar ao menos um ponto para o Rio de Janeiro, marcando o gol de empate que deixou o jogo igualado em 3 a 3. Ramon, duas vezes e Roger fizeram os gols do Vitória. Denis Marques, Petkovic e Zé Roberto marcaram para o Fla, que não sofria um gol há seis jogos, e em 45 minutos, acabou levando três. Os cariocas permanecem em 6º, com 42 pontos – a cinco pontos do G-4 -, enquanto o Vitória está em 8º, podendo terminar a rodada em 9º caso o Avaí vença o Palmeiras amanhã. É bom destacar que tanto Flamengo, quanto Vitória tem um objetivo em comum: uma vaga para a Libertadores 2010.

Ambos os times vieram com desfalques para o confronto. O Vitória estava desfalcado do seu atacante Neto Berola, titularíssimo do ataque ao lado do artilheiro Roger. O volante Carlos Alberto também ficou de fora. Por outro lado, a dupla de zaga, Anderson Martins e Wallace, e Ramon voltaram para reforçar o time comandado por Vagner Mancini. E todos foram importantes, sobretudo Ramon, o maior responsável pela reação do time nos dois gols sofridos pelo Flamengo.

Os desfalques no time carioca pesaram mais. Ou melhor, O desfalque. Adriano, artilheiro e principal jogador da equipe, já está concentrado com a seleção brasileira e não atuou. Andrade decidiu ser cauteloso, e escalou o volante Willians em seu lugar, deslocando Zé Roberto para o ataque – este que, nessa função, fez um partidaço contra o Fluminense na rodada anterior.

Vitória e Flamengo prometiam um grande jogo desde o início, e nos primeiros 45 minutos, não decepcionaram. O Fla tinha facilidade em explorar contra-ataques, sobretudo pelo lado esquerdo, explorando a fragilidade do lateral-direito baiano Apodi no setor defensivo. Na primeira grande chance, aos 6 minutos, Zé Roberto entrou livre pela esquerda, driblou Uéliton e concluiu, mas Gléguer fez grande defesa.

No segundo bom lance de Zé Roberto, o gol saiu. Novamente nas costas de Apodi, ele encaixou outro contra-ataque, entrou na área e cruzou rasteiro para Denis Marques. O atacante concluiu, e contou com um desvio da bola no zagueiro Wallace para tirar as chances de defesa de Gléguer.

Precisando reverter o marcador, o Vitória começou a apostar naquela que seria a jogada mais utilizada pelos times em toda a partida: a bola parada. Aos 16 minutos, Ramon cobrou falta direta pra área com veneno, e Ronaldo Angelim, meio sem jeito, desviou contra o próprio gol, pra escanteio. Ramon foi pra cobrança do córner, e lançou na cabeça de Roger, que subiu mais que Airton para empatar. Bruno ainda tocou na bola, mas não evitou o empate.

Foram precisos apenas três minutos para o Fla restabelecer a vantagem. No flanco esquerdo, Petkovic tinha a oportunidade de cobrança de falta pra área. Mas o sérvio cobrou direto para o gol, e como a bola passou por todo mundo, só morreu no fundo das redes.

Mas os baianos não deixaram o Flamengo curtir a vantagem. Quando o ponteiro ainda marcava 21 minutos, Ramon acertou uma linda cobrança de falta por cima da barreira, no canto direito de Bruno, que nem se mexeu. Golaço! E placar novamente igualado no Barradão, para delírio da torcida – se é que se pode dizer assim, pois os flamenguistas compareceram em ótimo número ao estádio.

Ramon teve uma boa chance para virar o jogo em outra cobrança de falta, desta vez pelo lado direito, mas praticamente da mesma distância. A bola ultrapassou novamente a barreira, mas saiu por cima. Dez minutos mais tarde, aos 35, o Flamengo perdeu um gol inacreditável. Petkovic cruzou do flanco esquerdo, pra variar, e Denis Marques, apenas com o goleiro Gléguer a sua frente, foi enganado pelo quique da bola e chutou pra fora a oportunidade de deixar os cariocas em vantagem no primeiro tempo.

E como quem não faz leva, o Vitória marcou o gol da virada aos 40. Minutos antes do gol, o lateral-esquerdo Everton, do Fla, teve de sair de campo pois estava sangrando. E foi por aquele lado que Gláucio fez um carnaval na defesa flamenguista, e cruzou para Ramon, que concluiu de chapa pro gol. E o placar do 1º tempo só não terminou 3 a 3 porque Gléguer fez outra boa defesa, numa espécie de repetição do segundo gol flamenguista, com Petkovic cobrando falta lateral direto pro gol, pelo mesmo lado.

Quem esperava um segundo tempo eletrizante tal qual foi o primeiro começou animado, mas logo esfriou e viu um jogo passivo, nem pra lá e nem pra cá. Aos seis minutos, Roger recebeu na meia-lua e tentou um chute pro gol, mas a bola desviou na zaga. Em típico lance de sorte de artilheiro, a bola voltou para Roger, que arriscou novamente, mas Bruno encaixou a bola.

Com Juan na vaga do volante Willians, passando Everton para o meio-campo, o Fla também teve boa chance. Adivinha como? Através de bola parada, sempre. E sempre Petkovic, que de muito longe, acertou um belo chute por cima da barreira, no cantinho. Gléguer se esticou todo para evitar o empate.

A partir daí, o jogo esfriou de vez, e só mudava de panorama quando algum dos times substituía jogadores. Numa das alterações, a poucos minutos do fim, Andrade lançou Bruno Mezenga no lugar do vaiado – sim, novamente – Denis Marques. E foi Mezenga que começou a jogada do terceiro gol. Com 45 minutos do segundo tempo, ele deu um belo lançamento em profundidade, pelo alto, para Juan na esquerda. O lateral cruzou de primeira para Zé Roberto, que só teve o trabalho de tocar pras redes. Gléguer se esticou, mas dessa vez, não deu. 3 a 3 no Barradão.

O resultado foi justo pelo que foi o jogo, principalmente o primeiro tempo. Ambos os times tiveram suas oportunidades de sair com a vitória, mas o empate, de fato, foi mais coerente.

Curtinhas:

- Na Ilha do Retiro, o Santos conseguiu uma importante vitória sobre o Sport, fora de casa, por 1 a 0. Em busca da cada vez mais distante vaga para a Libertadores, o time praiano marcou com Felipe Azevedo, que fez seu primeiro gol com a camisa do Peixe. E o time só saiu com os três pontos graças ao goleiro Felipe, que fez defesas inacreditáveis, segurando a vitória. Os rubro-negros continuam no Z-4, e dão pinta de que ficarão por lá até o término do campeonato. Apenas 24 pontos conquistados em 28 jogos.

- Na Arena Barueri, Barueri e Santo André fizeram um bom jogo, que infelizmente, não saiu do zero. Os goleiros trabalharam bastante, e as bolas na trave para cada time marcaram o jogo. O Barueri continua distante do G-4, enquanto o Santo André tem grandes chances de terminar a rodada na zona do rebaixamento. Para que isso não aconteça, precisa torcer para que, nesta quinta, o Botafogo não vença o Atlético-MG em casa.

- Outro jogo que não saiu do zero foi Atlético-PR e Grêmio, em Curitiba. Nada mal para os times, afinal, o Furacão continua longe da zona do rebaixamento, enquanto os gremistas viram a distância para o G-4 não aumentar tanto assim. Mas, é claro, ficou o gostinho para ambos de que “poderia ter sido melhor”.

- A rodada foi boa mesmo para o Internacional, que momentaneamente, assumiu o 3º lugar com uma vitória sobre o Náutico, por 3 a 1, na estreia do técnico Mário Sérgio. Os argentinos Guiñazu e D’Alessandro construíram a jogada do primeiro gol colorado, marcado por Alecsandro. O novo artilheiro do Timbu, Bruno Mineiro, empatou o jogo. Porém, D’Alessandro, cobrando falta ainda no primeiro tempo, e novamente Alecsandro, na etapa final, confirmaram o favoritismo do Inter, que não só pode sair do 3º lugar, como pode sair do G-4, afinal, os concorrentes Goiás e Atlético-MG só jogam nesta quinta. Os pernambucanos continuam na temida zona do rebaixamento, em 18º com 26 pontos.

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