Por Gabriel Seixas
O início da partida dava a ideia de que a estreia flamenguista na Libertadores poderia não ser das melhores. Porém, no desenrolar do jogo, o Flamengo foi se sobressaindo, e no fim das contas, conseguiu uma vitória até mesmo tranquila sofre a frágil Universidad Católica, do Chile, por 2 a 0. O dono do jogo foi Leo Moura, que teve uma atuação digna do que sempre se espera do lateral rubro-negro (ou seja, com ótima participação defensiva e principalmente ofensiva): um gol e uma assistência para Adriano, que fechou o placar. Foi o primeiro jogo na temporada que o Mengo não sofreu gols.
Até um dia antes do início da partida, a maior novidade na escalação do Flamengo era a entrada de Fabrício na zaga, no lugar de Ronaldo Angelim. Porém, na véspera do confronto contra os chilenos, Andrade ganhou um problemão: Bruno sentiu dores e não teve condições de atuar. Marcelo Lomba foi acionado, para fazer sua quarta partida como profissional do Fla. O adversário, a Universidad Católica, já não vivia um bom momento antes mesmo do início do jogo: a modesta campanha do time no Campeonato Chileno, que está em 11º, abala não só a confiança da torcida, como o próprio elenco. Alguns jogadores se mostram insatisfeitos com as atitudes do técnico Marco Figueroa, tumultuando o ambiente da equipe.
O que tinha tudo para ser uma partida tranquila, por pouco não se transformou em pesadelo. Isso porque, logo aos dois minutos do primeiro tempo, Willians deixou o Flamengo com um a menos em campo. O volante acertou uma cotovelada desnecessária em Martínez e acabou indo para o chuveiro (muito) mais cedo.
Mas nem a expulsão foi capaz de brecar o ritmo do Flamengo, que abriu o placar aos 10 minutos. Na presença de Zico nas tribunas do Maracanã, Léo Moura cobrou uma falta digna daquelas memoráveis do Galinho: por cima da barreira, no ângulo. Os torcedores que compareceram ao Maraca (abaixo da expectativa, por sinal) foram ao delírio.
A Universidad Católica passou a chegar com mais frequência ao ataque, e teve algumas chances. A primeira foi aos 21 minutos, quando a zaga do Flamengo cortou um cruzamento e a bola ficou com Silva, que da entrada da área, bateu rasante perto do gol de Marcelo Lomba.
Mas a melhor delas foi aos 35, quando Fuentes aproveitou cobrança de escanteio da esquerda e cabeceou com muito perigo, pra fora. Mas cinco minutos depois, os chilenos sofreram um golpe determinante para a quebra do ritmo: Damián Diaz cobrou falta com violência no travessão de Lomba. No rebote, Mirosevic tentou um chute de primeira, mas a bola saiu por cima. E quando Mirosevic resolveu “pousar” no gramado, acabou pisando em Toró. O paraguaio Carlos Amarilla não hesitou e expulsou o jogador, deixando os dois times com dez em campo. Há quem acredite que tanto essa expulsão, quanto a de Willians, foram desnecessárias.
As duas equipes voltaram para o segundo tempo sem alterações, mas o Flamengo era mais incisivo. Aos quatro minutos, Léo Moura avançou pela direita e rolou pro meio para Vinicius Pacheco, que de primeira, bateu pra fora. Cinco minutos depois foi a vez de Fabrício arriscar em cobrança de falta. O zagueiro bateu muito forte, mas o goleiro Garcez não teve maiores trabalhos pra defender.
Gol mesmo, só aos 14 minutos. E que gol. A jogada começou com uma roubada de bola de Léo Moura ainda no campo de defesa. Ele avançou até o meio de campo, e quando passou da linha do círculo central, deu um lançamento em profundidade com categoria para Adriano. O Imperador, na saída do goleiro, só deu um “totozinho” para marcar o segundo do Fla.
Seis minutos depois, o Flamengo poderia ter ampliado o placar. Kleberson lançou Vagner Love, que dentro da área, fintou três marcadores, mas bateu muito mal, por cima do gol. Desmotivada, a Universidad Católica só resolveu chegar aos 31 minutos, quando Vranjican cruzou para Valenzuela, que pegou de primeira, sem deixar a bola cair no chão. Marcelo Lomba fez grande defesa, mandando pra escanteio.
Mas o Flamengo seguia melhor, e aos 37 minutos, conseguiu um pênalti. Vagner Love foi puxado na área quando se preparava para bater pro gol, e auxiliado pelo bandeirinha, Carlos Amarilla marcou a infração. Adriano, o cobrador oficial de penais do Fla, deixou Love executar a cobrança. Mas o artilheiro do amor, à lá Baggio, isolou a bola.
Aos 44 minutos, a última oportunidade do terceiro gol rubro-negro. Já com Petkovic em campo, a oportunidade foi com Kleberson, que puxou pro meio e bateu pro gol, da entrada da área, mas não acertou o alvo. Vitória justa, que poderia tranquilamente ser por uma maior diferença de gols. O fato é que o rubro-negro venceu na estreia e agora lidera o Grupo 8, ao lado da Universidad de Chile, mas com vantagem no saldo de gols.
Dia 10 de Março, o Flamengo joga pela segunda rodada da Libertadores contra o Caracas, na Venezuela. Antes disso, já neste fim de semana, o Fla estreia na Taça Rio, contra o Macaé. Se quiser manter vivo o sonho do tetracampeonato carioca, precisa vencer este 2º turno do Cariocão.
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