Por Edson Vinicius
“Caio é derrubado, é falta...”
Uma vida passou pelas cabeças rubro-negras naquele momento. Foram sete anos, desde 1992, em que a única alegria foi o título carioca (invicto) de 96, mesmo assim com adversários fraquíssimos! Nesse período vimos o Botafogo ser campeão brasileiro (95), o Fluminense nos tirar o título do centenário com um gol de barriga no final do jogo, e o Vasco...bem, o Vasco, nosso adversário dessa final, nosso maior rival, esse nós vimos ser tricampeão carioca, campeão brasileiro, sul-americano, e quase ser campeão mundial, perdendo por detalhes. A balança pendia para o lado cruzmaltino; títulos, conquistas, e eram muitas as gozações e sofrimentos que enfrentávamos...
“Ajeita a bola Rodrigo Mendes...”
Parecia que a mística rubro-negra havia acabado. Nesse período perdemos duas finais (copa do Brasil 98/Rio-SP 97) em pleno Maracanã lotado; Fomos eliminados na semifinal do Brasileiro 97 levando uma goleada do Vasco (ah, o Vasco, nosso adversário dessa final...); Assistimos o “melhor ataque do mundo” fracassar; Vimos um ídolo (Sávio) surgir e ir embora; Assistimos às indas e vindas de Romário...parecia que a camisa, o “manto sagrado” não pesava mais...
“Partiu, bateu rasteiro...”
E o Vasco vinha como franco favorito. Jogava pelo empate, era o atual campeão sul-americano, tinha Juninho, Ramon, Felipe, Pedrinho, Donizete...e Edmundo! Sim, o Animal, recém-chegado da Itália, ele que sempre fazia gols contra o Flamengo, fez os dois gols da final da Taça Rio e marcou no empate do primeiro jogo da final. E o Flamengo? Vinha com um time mediano, com Romário machucado (nem jogou o primeiro jogo), Iranildo contundido e vetado, Leandro Ávila voltando de 6 meses de inatividade...
“A bola passou pela barreira...”
E logo no início do jogo, aos 5 minutos, perdemos Romário, machucado. Parecia que a sina continuaria. Mas então, como Fênix, renasceu a mística rubro-negra. A torcida, maioria nas arquibancadas, levou o time no grito para o ataque. Atônito, o Vasco recuava. Que time era aquele que fazia aquilo? Caio, Rodrigo Mendes, Pimentel, Fábio baiano...não era possível! Mas era sim...torcida e time se uniram como se fossem uma entidade só, e quando Caio foi derrubado aos 30 minutos do segundo tempo, a reação de todos na arquibancada foi uma só: é agora!
“Gol...”
Confesso que chorei! Ainda faltavam 15 minutos pro final, mas o jogo em si acabou ali. Foi um divisor de águas. A balança novamente estava equilibrada. A mística rubro-negra estava de volta. Daí em diante, a história mudaria. Poderíamos não ter grandes times, poderíamos passar por dificuldades, mas o Flamengo voltava a ser campeão. O Flamengo voltava a ser Flamengo...
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