sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Especial: Premier League – Inglaterra (2ª parte)

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Por Gabriel Seixas

Um time que não tem badalação alguma, mas que tem potencial para ultrapassar o modesto 12º lugar que ocupa é o Stoke. O time fez contratações modestas, mas que vem dando, ou no caso de outros jogadores, podem dar resultado. Nesse início de temporada, o time vem sofrendo com gols sofridos nos últimos minutos, mas em contrapartida, vem jogando de igual pra igual contra os grandes. Perdeu do Chelsea por 2 a 1, mas chegou a estar ganhando. E quando foi derrotado pelo Manchester United por 2 a 0, pecou pelo esquema tático abusivamente defensivo. Individualmente, a esperança é o recém-contratado Sanli Tuncay, que por enquanto, ocupa apenas o banco de reservas. Tuncay veio do Middlesbrough, e de lá também veio o zagueiro Robert Huth, que já é titular no Stoke. O atacante Dave Kitson, emprestado na temporada passada, voltou e já marcou até gol. Não acredito que brigará contra o rebaixamento. Mas também não vai brigar por competições europeias. Ou seja: nem pra lá, nem pra cá.

Puxando a fileira das equipes com sete pontos, o Bolton é só decepção. O elenco nem é tão fraco assim, mas não consegue embalar na atual temporada. O time não tem um jogador que desequilibre. Poderia ser Elmander, mas desde que foi contratado, não conseguiu ser o artilheiro que foi no Toulouse, e que é na seleção sueca. O meio-campo é mais defensivo, pegada, característico do futebol inglês. Com, no mínimo, três volantes, fica difícil surpreender o adversário. E vai ser difícil esse time surpreender na EPL.

Logo atrás vem o Birmingham, outro recém-promovido a divisão principal da Inglaterra. Dos três que subiram, sem sombra de dúvida, este é o melhor tecnicamente. E foi o que mais investiu para permanecer na elite. Trouxe o escocês Barry Ferguson, que era cotado para defender outros clubes muito superiores ao Birmingham, até mesmo da Inglaterra. O atacante Christian Benitez, da seleção equatoriana, também chegou. Mas ainda disputa espaço no time titular. Porém, o principal jogador da equipe já está no elenco desde 2007: outro meia escocês, James McFadden. Estatura baixa, tem habilidade, e competência nos passes e bolas paradas. Muito pouco para um time que sonha em permanecer na elite. Mas como tem outros piores, deve permanecer.

Quem também vive situação delicada é o Blackburn. Com os mesmos sete pontos de Bolton e Birmingham, é um dos times mais limitados da elite. Com a saída do artilheiro Roque Santa Cruz, que levava o time nas costas, o Rovers ficou sem nenhuma referência no ataque. Até tem, mas Franco Di Santo, emprestado pelo Chelsea, ainda não desencantou. E Nikola Kalinic, principal revelação do futebol croata dos últimos anos, não teve oportunidades. Michel Salgado, contratado para a lateral-direita, é apenas reserva. A situação é tão desesperadora que o zagueiro Christopher Samba já jogou algumas vezes como centroavante. Vai brigar pra não cair.

Fechando os times com sete pontos, aparece o Wolves, o último time que reestreia na Premier League. O time apostou em manter a base que fez boa campanha na Championship, e por enquanto, vai se dando muito mal. Poucas contratações, e nenhuma delas com alguma badalação. A maior foi o defensor Ronald Zubar, do Marseille. O artilheiro do time na temporada passada, o jovem Ebanks-Blake, ainda não desencantou na elite. Rebaixamento à vista.

O último time fora da zona do rebaixamento é o decepcionante Fulham, em 17º com apenas seis pontos. Muito pouco para um time que disputa a Liga Europa nesta temporada. Até por isso Roy Hodgson, técnico do time, esteja poupando jogadores na competição internacional, priorizando o Campeonato Inglês. Por incrível que pareça, com o time reserva, o Fulham vem se dando bem na Liga Europa. E com os titulares na Premier, beira a zona de rebaixamento. Mas é um tanto injusto, pois o time faz boas partidas. Deve crescer as custas de seu “quarteto fantástico”: Damien Duff e Clint Dempsey são os responsáveis por municiar os atacantes Andrew Johnson e Zamora. Todos fazem uma temporada razoável, o que não foi suficiente até agora para o time ter conseguido mais que duas vitórias em seis jogos. No banco de reservas, o húngaro Gera é outra boa opção, sendo constantemente aproveitado no time principal. Há de se destacar o capitão e ídolo da torcida, Murphy. No fim das contas, não é um time ruim, e definitivamente, não vai brigar para não cair. Pegou um início de campeonato difícil, e a recuperação é apenas questão de tempo.

Mais decepcionante que o Fulham, só o West Ham. O time que ganhou notoriedade enquanto Tévez defendeu o clube, só ganhou uma partida na atual temporada. É outro time que tem potencial para chegar mais longe, só que ainda não se acertou. Teve como principal aquisição o meia Alessandro Diamanti, que já se tornou titular absoluto e peça fundamental da equipe, ao lado do artilheiro Carlton Cole, vez ou outra convocado para a seleção inglesa. Radoslav Kovac, que fez boa temporada em 08/09, foi adquirido em definitivo. Ao lado dos Hammers, está o Hull, com os mesmos quatro pontos conquistados. A diferença é que os Tigers fizeram sete partidas, contra seis do West Ham. Um time que tem qualidade no setor ofensivo, mas deixa muito a desejar na defesa. Trouxe por empréstimo o jovem Altidore, do Villarreal, e o argelino Ghilas, destaque do Celta de Vigo. Ao lado do também recém-contratado Stephen Hunt, devem fazer algum “fuzuê”, mas nada que faça o time não brigar para não cair.

Por fim, o Portsmouth, que faz uma campanha lamentável. Sete jogos, e sete derrotas. O Pompey teve uma pré-temporada conturbada, com a compra do clube pelo árabe Al-Fahim finalizada apenas nos primeiros jogos do time na EPL. O então técnico interino, Paul Hart, foi se mantendo, e não saiu mais. Não parece ser o nome que vai tirar o Portsmouth da lama. Além disso, vários jogadores fundamentais na campanha da temporada passada deixaram o time, como Glen Johnson, Kranjcar e Crouch. Chegaram muitos reforços, e nem metade deles até agora vingou. Os únicos que demonstraram ter algum potencial foram o lateral vanden Borre, emprestado pelo Genoa, e Jamie O’Hara, meio-campo emprestado pelo Tottenham. Piquionne, que chegou para ser o artilheiro do time, não marcou nenhum gol em jogos oficiais e já é preterido por Aruna Dindane. O único ídolo que permanece no clube é o goleiro quase quarentão James, que defende a seleção inglesa. De resto, o time é completamente indefinido. É claro que o Pompey já merecia pelo menos uma vitória nestes sete jogos. A falta de sorte também prejudicou por várias vezes a equipe, que quando vencer a primeira, talvez tenha mais fôlego para sair do seu calvário. Até porque, a cada rodada, o Portsmouth parece cada vez mais fadado ao rebaixamento.

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