quinta-feira, 29 de abril de 2010

Flamengo larga na frente do Corinthians na Libertadores

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Por Gabriel Seixas

- Tudo conspirava contra o Flamengo no confronto de ida das oitavas-de-final da Libertadores frente ao Corinthians. Ambiente conturbado no clube – envolvendo farpas entre os dirigentes e insatisfação dos jogadores com a demissão de Andrade –, campo encharcado (principalmente no primeiro tempo), expulsão de Michael ainda na etapa inicial e má fase de Adriano. Por sorte, o Flamengo tinha um aliado determinante para sua motivação: a torcida, que lotou o Maraca nesta quarta (mais de 70 mil presentes no estádio). E que tal uma vitória por 1 a 0 para selar a reconciliação com os torcedores? E com gol de Adriano, cobrando pênalti, para mandar a má fase pra bem longe.

- O resultado permite ao Fla jogar por um empate no jogo da volta, no Pacaembu, na próxima quarta-feira. E caso marque pelo menos um gol como visitante, obriga o Corinthians a fazer três para se classificar. Com Rogério Lourenço no comando, a principal novidade na escalação rubro-negra foi a entrada de Rômulo como cabeça-de-área, na vaga de Toró.

- Do outro lado, simplesmente estava o time de melhor campanha até então na Libertadores, o Corinthians. Além dos pentacampeões Roberto Carlos e Ronaldo, o Timão apostava na juventude de Jucilei, Elias e Dentinho, imprescindíveis ao time de Mano Menezes.

- O gramado encharcado frustrou os planos das duas equipes. Conduzir a bola era praticamente impossível, e ambos os times eram obrigados a dar chutões pra frente. Numa das poucas jogadas trabalhadas da etapa inicial, o Flamengo levou perigo aos 11 minutos. Leo Moura aproveitou falha de Ralf e concluiu do flanco direito, rente ao gol de Julio César, que substituía Felipe na meta corinthiana.

- Aos 31 minutos, Juan (principal válvula de escape do Flamengo no jogo) avançou pela esquerda e cruzou para Leo Moura, que de frente para o gol, não conseguiu alcançar a bola e furou a cabeçada. Mas foi aos 36 que a torcida rubro-negra ganhou um bom motivo para se preocupar. Michael deu um carrinho de forma imprudente em Dentinho, e como já tinha cartão amarelo, recebeu o segundo e foi expulso.

- Não bastasse o gramado, Rogério Lourenço ganhou mais um problema a ser resolvido no vestiário: fazer com que a bola chegasse da defesa ao ataque sem a presença do único armador do time. A estratégia adotada foi adiantar os dois laterais, principalmente Leo Moura na direita, para fazer companhia à Willians no setor ofensivo.

- Melhor em campo, o Flamengo tomou um grande susto aos 5 minutos. Dentinho avançou pela direita e cruzou para Moacir. De frente para o gol, o lateral corinthiano concluiu levemente para o gol, mas o pé esquerdo do goleiro flamenguista evitou um novo “Maracanazzo”.

- A partir daí, o time rubro-negro finalmente se encontrou no jogo, apesar de ter um jogador a menos. Com um gramado facilitando a condução e o toque de bola, o Fla começou levando perigo na bola parada. Aos 15 minutos, Juan cobrou falta da direita, a bola passou por todos na área e bateu no travessão de Julio César. Na sobra, Adriano, de voleio, errou o alvo.

- O caminho era explorar o jogo pelas pontas. O time flamenguista assimilou as ordens do treinador, e aos 19 minutos, encontrou o caminho do gol. Leo Moura lançou Juan na esquerda, e quando o lateral chegava na bola com um bom ângulo para chutar a gol, foi derrubado por Moacir. O árbitro paraguaio Carlos Amarilla deu o pênalti.

- Com desconfiança da torcida, Adriano pegou a bola e se preparou para a cobrança. Mas ao contrário da decisão do Campeonato Carioca contra o Botafogo, dessa vez o Imperador teve tranquilidade suficiente para deslocar Julio César e colocar a bola no fundo das redes. Mais uma vez, Adriano abriu mão de comemorar seu gol, mas a torcida já fazia isso de sobra no Maracanã.

- Mano Menezes respondeu rapidamente ao gol sofrido pelo seu time, colocando Jorge Henrique e Iarley nos lugares de Danilo e Dentinho. Mesmo inoperante em campo, Ronaldo foi mantido no time – mas foi substituído por Souza perto do fim do jogo.

- Mas antes disso, o Flamengo teve a sua melhor oportunidade para sair do Maraca com uma boa vantagem para o jogo da volta. Willians levantou bola na área e Adriano, livre, desviou de cabeça para o gol. No reflexo, Júlio César fez uma defesa espetacular, e a bola ainda bateu na trave antes de Roberto Carlos mandar um chutão pra frente.

- E o Corinthians? Pois bem, o Timão fez pouco no jogo. Os alas não deram sustentação suficiente no ataque, os armadores pouco criaram, e Ronaldo não estava nos seus melhores dias. Na única boa jogada do Fenômeno no jogo, ele cruzou da esquerda, e quando Jorge Henrique se preparava para cabecear, de frente para Bruno, Iarley foi mais rápido e acabou atrapalhando o companheiro, com um leve toque de cabeça pra trás.

- Era a prova de que não era mesmo dia do Corinthians. Assim como o Flamengo no jogo de hoje, o Timão aposta no fator casa para garantir classificação na próxima quarta. Mas é bom salientar: o Fla conseguiu uma ótima vantagem, não só por ter vencido, mas por não ter sofrido gol em casa. Pode parecer pouco, mas faz uma grande diferença.

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