quinta-feira, 29 de abril de 2010

Na base da superação, Inter passa pelo Barcelona e está na final da Champions

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Por Gabriel Seixas

- A Inter de José Mourinho entrou com uma proposta teoricamente simples para chegar à final da Champions League: neutralizar o Barcelona por 90 minutos, fazendo valer a vantagem por 3 a 1 obtida no primeiro jogo, ainda que fosse necessário abdicar do ataque. E com a expulsão de Thiago Motta pelos nerrazurri ainda aos 27 minutos do primeiro tempo, foi isso que aconteceu. No sufoco, a Internazionale fez o que pôde, e comemorou a derrota por 1 a 0, que não impediu a chegada do time italiano à final da competição.

- Mas para se garantir na final do dia 22 de Maio, no Santiago Bernabéu, a Inter teve de suar – e muito. Mourinho já dava pistas de que priorizaria o sistema defensivo antes do jogo, optando em deixar Pandev no banco para a entrada de Chivu na lateral-esquerda, empurrando Zanetti para o meio.

- O Barcelona fez aquilo que precisava fazer: se lançou todo à frente. Nos primeiros 20 minutos, simplesmente massacrou o adversário com 81% de posse de bola. Em compensação, faltou arriscar mais a gol no primeiro tempo. Na única chance clara de gol, Messi cortou para o meio e bateu da entrada da área, porém Júlio César fez grande defesa.

- A essa altura, a Inter já sentia a falta de Thiago Motta, expulso. O Barça tentava se soltar ao ataque, mas encontrava poucos espaços. Ainda na etapa inicial, Ibrahimovic assustou em cobrança de falta, mas mandou pra fora.

- Até os 19 minutos do 2º tempo, Guardiola já havia queimado as três substituições que lhe eram permitidas. Colocou Maxwell, Jeffren e Bojan nos lugares de Gabriel Milito, Busquets e Ibrahimovic. As substituições fizeram com que Yaya Touré fosse deslocado para a zaga (teoricamente, pois zagueiros de ofício o Barça não teve na etapa final) e Keita fosse deslocado para o meio, e na frente, Pedro aberto pela esquerda, Bojan pela direita e Messi centralizado.

- O Barcelona era só ataque. Do outro lado, a Internazionale estava tão fechada, que jogadores como Sneijder, Eto’o e Milito raramente foram vistos à frente da linha do meio-campo. Mas o panorama era o mesmo da etapa inicial: muita posse de bola, poucas finalizações. Na melhor delas, aos 36 minutos, Messi cruzou da esquerda e Bojan, livre dentro da área, cabeceou pra fora.

- Quando tudo parecia realmente perdido, o Barcelona abriu o placar aos 38 minutos. Messi tocou curto para Xavi, que da entrada da área, lançou Piqué na esquerda. Impedido, o zagueiro dominou, e deu um giro característico de centroavante pra cima de Córdoba e Julio César, deixando ambos no chão, para depois concluir para o gol vazio. Golaço!

- A pressão, que já era grande, se tornou ainda maior. O Barcelona foi desesperadamente em busca do segundo gol, mas quando tentou, esbarrou em Julio César. A melhor chance veio com Xavi, aos 41 minutos, num chute de longa distância, que o goleiro brasileiro espalmou. Aos 46 minutos, Bojan até conseguiu marcar, mas o juiz já havia paralisado a jogada, alegando um toque de mão de Keita no lance que antecedeu a finalização.

- De 180 minutos, a Internazionale resolveu jogar, de verdade, apenas os 90 primeiros. E foi o suficiente para que os italianos chegassem à final, agora com status de favorito frente ao Bayern de Munique. No fim do jogo, a comemoração da Inter foi semelhante a de um título de Copa do Mundo. Inclusive a alegria (ou provocação) de José Mourinho após o apito final irritou o goleiro Valdés, do Barcelona, que foi tirar satisfações. Mas nada que manchasse o brilho da justa classificação da Inter, que na base da superação, alcançou seus objetivos.

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