domingo, 25 de julho de 2010

Mistão do Inter vence Flamengo e se firma no G-4

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Por Gabriel Seixas

Quando se é perguntado sobre a fórmula para ser campeão brasileiro, a resposta é praticamente unânime (pra não dizer clichê): além da regularidade, também se faz necessário montar um elenco competitivo, que permita disputar competições simultâneas com jogadores de qualidade técnica equivalentes. Partindo desse princípio, o Internacional tem tudo para brigar pelo que vier pela frente nesta temporada, incluindo o Brasileirão.

Já que a prioridade dos gaúchos é a Libertadores – e ela retorna nesta quarta-feira, com o jogo de ida das semifinais frente ao São Paulo -, Celso Roth deu descanso a sete titulares. Entretanto, isso não impede que a qualidade da equipe prevaleça a de outras que até mesmo priorizam a Série A, caso do Flamengo, adversário de hoje. Entre os titulares do time gaúcho, estiveram em campo Fabiano Eller, Guiñazu e Taison, que gastaram a bola. Renan, Tinga e Rafael Sóbis, as principais contratações na intertemporada, jogaram pela primeira vez como titulares e também foram muito bem.

Pra variar, faltaram recursos e objetividade ao time do Fla, que não conseguiu se sobressair com relação ao adversário em nenhum momento do jogo. Apesar das poucas mudanças que o time titular sofre a cada partida, Rogério Lourenço ainda não conseguiu dar um padrão a equipe, o que talvez possa acontecer com o aproveitamento dos reforços, como aconteceu hoje, aos poucos, claro. O zagueiro Jean já estreou como titular e não comprometeu. Marquinhos e Val Baiano entraram no intervalo, mas pouco fizeram. Cristian Borja, que já havia sido acionado outras vezes, entrou no decorrer da etapa final e foi ainda menos notado.

No primeiro tempo, o Internacional poderia ter construído uma ampla vantagem no marcador pelas oportunidades criadas. No fim das contas, só conseguiu um gol. Aliás, O gol. Não só ter sido o da vitória, mas pela beleza, pela plasticidade e pelo grau de dificuldade. Taison, que está com a sua vaga entre os titulares em risco, acertou um chute da intermediária, que morreu no ângulo do goleiro Marcelo Lomba. Simplesmente indefensável. O golaço já o credenciaria como o melhor em campo, mas ele também foi importante em outros pontos, principalmente na movimentação pelo lado esquerdo. Rafael Sóbis, que caiu pelo outro lado, também foi muito participativo, inclusive arriscando dois chutes perigosos.

O máximo que o Flamengo conseguiu foi uma cabeçada de Rômulo na trave após cobrança de escanteio de Petkovic. Aliás, essa foi a principal válvula de escape do time rubro-negro em todo o jogo: as bolas paradas. Com a pelota rolando, Vinicius Pacheco imprimiu pouca movimentação, Petkovic novamente foi prejudicado pelo sistema tático e cansou rápido, e Diego Mauricio ficou isolado na frente. Percebendo a desorganização da equipe, Rogério Lourenço apostou em Marquinhos e Val Baiano no intervalo, substituindo Rômulo e Diego Mauricio.

Lourenço mexeu bem. O time cresceu de produção, ficou mais incisivo, porém não conseguia conter os contra-ataques do Inter. Aliás, a grande virtude de um time que abre o placar nos primeiros minutos e mantém essa vantagem por um determinado tempo é a vantagem de jogar com o contragolpe a favor por praticamente toda a partida. Inteligentes como são, os gaúchos apostaram nessa tática e levaram muito perigo. Em um cruzamento que virou chute, Rafael Sóbis acertou a trave de Marcelo Lomba. Taison também teve boa chance de marcar.

Mesmo sem nunca ter jogado junto, a aplicação tática do onze inicial colorado impressionou. Na contensão, Guiñazu mais uma vez se multiplicou, Wilson Mathias conteve bem os espaços e Tinga, além de recompor o sistema defensivo, também ditava o ritmo na saída de bola. Na parte ofensiva, Sóbis e Taison eram os encarregados de municiar Everton, que no tempo em que ficou em campo, demonstrou poucos recursos técnicos. O grandalhão teve chance de ampliar numa furada bisonha do goleiro rubro-negro Marcelo Lomba na pequena área, mas o arqueiro se recuperou a tempo.

Para os mandantes, tudo saiu dentro dos conformes. Os três pontos foram conquistados, os estreantes (que não estão regularizados na Libertadores) jogaram bem, os titulares foram importantes e não se lesionaram, e mais importante que tudo isso, o Inter está ainda mais embalado para pegar o São Paulo na quarta-feira. O Flamengo tropeça pela segunda vez seguida, cai para sétimo e tem uma semana para se reorganizar para o clássico contra o Vasco. O que a torcida rubro-negra mais espera é uma vitória que seja convertida em um divisor de águas, ou seja, que a partir daí o time ganhe confiança no que é agora o principal objetivo da temporada: o bicampeonato brasileiro. Com o elenco que tem, e pelo que vem jogando, o sonho está cada vez mais longe.
Classificação após 11 rodadas

1º Corinthians – 24pts
2º Fluminense – 23pts
3° Ceará – 20pts
4° Internacional – 19pts
5° Avaí – 16pts (2SG e 17GM)
6° Cruzeiro – 16pts (2SG e 13GM)
7° Flamengo – 16pts (2SG e 12GM)
8° Santos – 15pts
9° Vitória – 14pts (0SG e 13GM)
10° Palmeiras – 14pts (0SG e 12GM)
11° Prudente – 14pts (-1SG)
12° Guarani – 14pts (-4SG)
13° Atlético-PR – 13pts (4V)
14° Vasco – 13pts (3V)
15° São Paulo – 12pts (0SG)
16° Goiás – 12pts (-4SG)
17° Botafogo – 12pts (2V)
18° Grêmio – 11pts
19° Atlético-MG – 10pts
20° Atlético-GO – 7pts

Próxima rodada

31/07 – Sábado

18h30
Atlético-GO x Guarani
Fluminense x Atlético-PR
São Paulo x Ceará

01/08 – Domingo

16h
Palmeiras x Corinthians
Internacional x Grêmio
Vitória x Botafogo
Avaí x Goiás

18h30
Atlético-MG x Cruzeiro
Flamengo x Vasco
Prudente x Santos

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