sexta-feira, 5 de outubro de 2007

No dia em que a raça superou a técnica; Flamengo x São Paulo

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Por Gabriel Seixas


Quem disse que o jogo não começou?

- O jogo entre Flamengo e São Paulo começou muito antes do juiz apitar o início da partida. Enquanto o São Paulo confiava no seu retrospecto dentro do Campeonato Brasileiro, onde até então, havia perdido uma única vez fora dos seus domínios (1 a 0 para o Náutico, nos Aflitos, 5 meses atrás), e vinha de uma seqüência extraordinária sem derrotas, com vitórias surpreendentes. Já o Flamengo confiava na sua mística atuando no Maracanã, com o apoio maciço do torcedor – no jogo de hoje, mais de 68 mil pessoas compareceram para ver o rubro-negro.

O duelo tático

- O quebra-cabeça de Joel para quebrar a invencibilidade do tricolor, admitido pelo próprio técnico, era encerrado. O “prancheta” não hesitou em escalar quatro volantes de ofício, sendo que Ibson tinha valor de meia armador dentro do campo. Fábio Luciano e Ronaldo Angelim eram os encarregados de fazer a cobertura pelas alas, e fizeram uma ótima partida. Nas laterais, Leonardo Moura e Juan pareciam dispostos a conciliarem partidas com excelente valor, o que não vem acontecendo – ou um, ou outro apresenta um bom futebol. No meio-campo, Jaílton e Rômulo ficaram plantados no meio, para parar o “imparável” Leandro, faz tudo da equipe são-paulina. Cristian revezava entre marcar o setor esquerdo do São Paulo, que levava perigo com Jorge Wágner e Richarlyson, em auxiliar Leonardo Moura no apoio, pelo setor direito de ataque. Ibson era encarregado de fazer a ligação entre o meio e o ataque, enquanto Maxi Biancucchi caía pelos dois lados, servindo o contestado Souza.

- Do outro lado, havia Muricy Ramalho. Considerado por muitos – dentre eles, eu - o melhor técnico do Brasil, variava entre o 3-4-1-2 e o 4-2-2-2. Isto porque Breno – peça fundamental em toda a campanha da equipe na competição -, variava entre lateral-direito e zagueiro por aquele lado, numa linha de três, ao lado de Alex Silva e André Dias. Enquanto o setor direito pregava pelo setor defensivo, pelo outro lado, eram criadas as melhores chances do São Paulo. O trio Jadílson – Richarlyson – Jorge Wágner era encarregado de confundir a zaga flamenguista, e explorar as subidas de Leonardo Moura, o que deu certo nos quinze minutos finais da partida. Dagoberto foi o encarregado de cair pelo lado direito, visando fazer jogadas para servir o centroavante Borges, que substituiu Aloísio. A equipe tricolor ainda tinha os desfalques do zagueiro Miranda e do volante Hernanes, ambos suspensos.

Raios-X de Flamengo e São Paulo pós-jogo

- Com a vitória, o rubro-negro subiu duas posições na tabela e agora é o décimo colocado com 40 pontos (sonhando até mesmo com uma vaga na Copa Libertadores), enquanto o São Paulo mantém a liderança isolada com 63 pontos, doze a mais que o Cruzeiro, vice-líder. Esta foi apenas a quarta derrota do tricolor em todo o campeonato, que já havia perdido para Náutico, Atlético-MG e Fluminense, todos estes no primeiro turno.

Onze em campo + 68.000 nas arquibancadas!

- O torcedor, novamente, teve o seu papel como protagonista na vitória rubro-negra no jogo de hoje. Nada mais, nada menos do que 68 mil presentes prestigiaram a vitória do Mengão sobre o virtual campeão do Campeonato Brasileiro. Lamentável apenas o comportamento de parte da torcida rubro-negra, que hostilizou o volante tricolor Richarlyson por toda a partida. Cenas que tiraram o brilho da maçante torcida rubro-negra, que foi um fator diferencial no jogo de hoje.

Enfim, o jogo!

- Contrariando as expectativas, o Flamengo teve o total controle da partida, do início ao fim. Logo aos 8 minutos, Ibson perdeu boa oportunidade de abrir o placar, mas foi travado pela zaga tricolor. O São Paulo respondeu, e Dagoberto quase marca um gol olímpico, antológico. Uma das poucas chances do São Paulo em toda a partida, que ainda respirou aliviado após a bomba de Cristian balançar...o travessão!

- Na volta para o intervalo, Muricy não escondia sua irritação com a postura da equipe. Mesmo assim, o técnico não fez alterações, assim como Joel Santana, do outro lado. E já que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, o Flamengo foi recompensado pela batalha em vencer o gol de Rogério Ceni. Logo aos 2 minutos, Ibson aproveitou bobeira da zaga são-paulina e tocou por cima de Ceni, abrindo o placar para o Flamengo. Poucos minutos depois, o mesmo Ibson criou um bom lance e serviu Maxi, que chutou em cima de Rogério.

- Enquanto Muricy colocou Aloísio e Diego Tardelli, para dar mais mobilidade ao ataque tricolor, Joel optou pelas entradas de Léo Medeiros e Roger, reforçando o meio-campo e ampliando as chances do contra-ataque. Porém, o segundo não rendeu aquilo que era esperado, e o São Paulo tomou conta do jogo. Na melhor oportunidade de gol em toda a partida, Bruno fez defesa magistral após cabeçada de Borges, que ainda bateu no travessão. Fim de papo, e delírio da torcida rubro-negra!

Destaques: Breno (São Paulo); Fábio Luciano e Leonardo Moura (Flamengo)

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